terça-feira, 30 de setembro de 2014

Olá Mr. Jones

Eu também sei sobre você.
Você aparece nas entrelinhas, no canto do rodapé, no ruído mais singelo de uma canção, você está presente no ar que eu respiro, está impresso em alguma página no meio dos meus livros, te vejo nos meus sonhos, te encontro em pensamento.
Mr. Jones você sabe que eu te conheço, você também me conhece e eu não mereço. Perdi as minhas chaves, parei com a nicotina, larguei de entender física e te procuro toda vez que encontro Wally. Minha seleção de músicas não toca mais, meus cds estão quebrados, minhas unhas não são compridas, meus olhos são castanhos, e não sei me relacionar; mas Mr. Jones você me entende, você sumiu quando eu estava à beira de um colapso, te escrevi e você não me respondeu, te esqueci e você apareceu, e eu aprendi que sou melhor quando não sei das coisas que deveria saber, eu me encontrei quando você insistiu em se afastar, eu perdi tentando te encontrar, e agora eu sei, você está onde eu sempre te guardei.

Joan.

segunda-feira, 10 de março de 2014

Bom mesmo é amar a Bel

Bom mesmo é amar a Bel. Ela me arranha, eu sangro mas meu amor continua intacto, aumenta com a dor, aumenta com o calor, aumenta no inverno e quando as flores aparecem.
Bom mesmo é amar a Bel. Depois que adormeço ela me procura, me faz companhia na cama, dorme ao meu lado até surgirem os primeiros raios de sol.
Bom mesmo é amar a Bel. Sentir seu coração bater, sentir que confia em mim, que sente a minha falta, que demonstra o que quer e quando quer. Há sensibilidade, há sinceridade.
Bom mesmo é amar a Bel. Irracional, não pensa, mas sente, e sente como ninguém, olhar profundo que vê lá no fundo, e tudo nela é tão delicado e perfeito, quiçá em outro ser não haverá.
Bom mesmo é ser amada pela Bel.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Um café para Sócrates


"...quem sou eu se não penso por mim? Que sou eu, se não sou um sujeito pensante? Um objeto. Uma coisa que não pensa. Que há de surpreendente em que eu faça "parte dos móveis" se aqueles que pensam não se dão conta de mim? Terei ao menos certeza de existir? Para me certificar disso, só há uma solução: duvidar; e, a partir daí, é me aperceber de que, se duvido, bem, ao menos é porque existo!"

Marc Sautet